01 fevereiro 2014

TALENTOS DA TERRA

Na primeira coluna Falando de Música de 2014 trago uma pequena história de um dos maiores músicos da nossa cidade. Na verdade, para falar desse homem é necessário um livro. Pessoa honesta que constituiu uma família maravilhosa. Tenho como meus irmãos JOMAR GONÇALVES BASTOS(NENEN) E GILMAR GONÇALVES BASTOS, dois músicos que herdaram do pai o dom de tocar com uma habilidade impressionante. Músicos que me incentivaram a ser músico também. Só tenho a agradecer a DEUS e a esses três homens que mudaram a história da música em Italva.

       JANNAI FERREIRA BASTOS, casado com dona Zely Gonçalves Bastos, dois verdadeiros exemplos para nossa cidade. Jannai inspirou músicos por onde passou, músicos como IVO 7 CORDAS, RUDYARD, GILMAR, JOMAR, EVERALDO NOBRE, ADILTON DO NASCIMENTO e muitos outros que com certeza vão se lembrar. Eu passava horas vendo esse time tocar e devido a isso interessei pela música. Vamos conhecer um pouco desse super músico que só deixou saudades para nós. LEMBRETE: COLOQUEI NO MEU FACEBOOCK UMA FOTO COM VÁRIOS MÚSICOS. QUEM FALASE O NOME DE CADA UM, GANHARIA UM CD. NINGUÉM CONSEGUIU. NESSA MATÉRIA REVELAREI QUEM SÃO ELES.
JANNAI FERREIRA BASTOS nasceu em Arraial do Salgueiro, pequeno distrito de Miracema, em 20 de janeiro de 1931, onde passou parte da infância. Era o primogênito de 5 irmãos. Filho de Arthur Ferreira Bastos e Maria Salles, mudou-se ainda cedo para Italva onde fixou residência até o fim de seus dias. Barbeiro de profissão, ofício que herdou do pai ainda rapaz, antes também chegou a fazer parte da evolução do município, onde trabalhou como ajudante na construção da ponte que divide a cidade e na rodovia que liga Italva a Campos, hoje BR 356. Abaixo a foto de Italva e da ponte.

Músico autodidata, o seu primeiro contato com um instrumento musical foi com uma violinha americana (conhecido como violão tenor) apresentada pelo seu primo e amigo Aídes Furtado (o Aídes do Bandolim). Devido a grande facilidade, aprendeu rápido a manusear o instrumento, também aprendeu o básico no violão e terminou em seu predileto: o bandolim.
No auge da sua mocidade começou a ser convidado a tocar em casamentos, festas de Italva, Cardoso Moreira e outras redondezas e também nos carnavais e no Antigo cinema de Italva. Também era comum na época apresentação em circos e ele fez muito dessas apresentações em vários distritos e municípios da região. Ele contratava os músicos de sopro e outros instrumentos de Campos dos Goitacazes, formando o conjunto conhecido na época como regional.
Entre os anos 59 e 60, ele teve uma passagem pelo Rio de Janeiro onde tocou na Rádio Marink Veiga e Radio Nacional em um programa chamado Papel Carbono, fazendo participação no regional de Eugênio Gonzaga, irmão do rei do baião, Luis Gonzaga. Na época quem tocava pandeiro era o Jackson do pandeiro, vindo tornar-se famoso nacionalmente.
Mais tarde Jannai tocou em rodas de choro no qual fizeram parte René Zaneri, Walter Badaró de Itaperuna, Aide Furtado, Jairo do violão e Mariveti violão de 7 cordas de São Fidelis e também com seus filhos Gilmar e Nenem, com Ivo 7 cordas e Rudiarde, nossos velhos amigos. Ele se inspirava muito em Jacob do Bandolim, do qual era fã e achava que nenhum bandolinista famoso durante este tempo tinha a palheta da do grande Jacob. A família do seu pai Arthur era toda de músicos amadores com grande facilidade para o aprendizado.
Na foto histórica abaixo trago um momento emocionante. Uma das apresentações do músico em uma festa junina no HISÓRICO COLÉGIO SANTO ELIAS do saudoso SAID TANUS JOSÉ. Da esquerda para a direita: BADE DA BOA VISTA (VIOLÃO), JOMAR NENEN (VIOLÃO), O SAUDOSO JANAIA NO CAVAQUINHO, MURILO NA SANFONA, KINAIPE MARACA E ZEZA PANDEIRO.